E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se.
Lucas 13:11
Ela saiu de casa pontualmente naquela manhã.
Não gostava de chegar atrasada à sinagoga, ainda mais em ocasiões especiais.
Ouvira dizer que Jesus - um tal carpinteiro que alguns chamavam de Mestre - estaria ensinando hoje. Ela queria ouvi-Lo. Gostava muito de ouvir sobre Deus e sobre as Escrituras.
Enquanto andava pelas ruas, precisava tomar cuidado.
Ela vivia esbarrando em coisas ou sendo 'esbarrada' por pessoas apressadas.
Não é fácil andar quando se é encurvada e não se consegue erguer a cabeça. Apesar dos dezoito anos de experiência, ela ainda não havia se acostumado totalmente.
Dezoito anos. Enquanto andava, pensou no tempo e em seus efeitos colaterais.
Há dezoito anos não vi o sol, só o chão.
Há dezoito anos não andava, se arrastava.
Há dezoito anos não ria, só (às vezes) sorria.
Era a 'corcunda' do bairro, a mulher para a qual todos olhavam, mas poucos amavam.
Ela havia nascido saudável, mas, há dezoito anos, seu corpo estava 'dobrado' como a página de um caderno. Dobrado como se alguém estivesse sentado em cima dele, com um peso insuportável que a impedia de se levantar.
E nada - desde os médicos mais caros às orações mais fervorosas - havia conseguido endireitá-la.
Encurvada, ela ia à mercearia.
Encurvada, ela lavava suas roupas.
Encurvada, ela ia à igreja.
E foi assim, encurvada, que ela chegou ao local onde estava Jesus.
Suada, enxugou a testa, grata por mais uma vez ter chegado intacta a seu destino.
Suas costas doíam, e como doíam!, mas isso já era normal. O próximo desafio era encontrar um bom lugar para se sentar.
Jesus ainda não havia começado seu sermão. Como Ele seria? Infelizmente, ela não poderia ver Seu rosto. Há dezoito anos não via rostos, só pés.
Mas ainda podia ouvir vozes. E ouviu uma delas dizer:
- Mulher,
Era uma voz doce. Firme, mas suave. Inflexível, mas deliciosamente calma.
Era a voz de Jesus.
- Mulher, estás livre de sua enfermidade.
E aquela que há dezoito anos não se levantava, levou apenas um segundo para se erguer.
Mais de dois mil anos depois, a voz de Cristo ainda é a mesma. E seu poder também. Ele só precisa de alguns segundos para reconstruir o que o Inferno levou anos destruindo.
***
Somos uma tribo de encurvados.
Encurvados pelas lutas.
Encurvados pelos traumas.
Encurvados pelas perdas.
Nossas colunas podem estar intactas, mas nossas almas doem.
Há muito tempo não olhamos para o céu, mas para o chão.
O chão de nossas derrotas, defeitos e doenças.
Você não gostaria que isso acabasse? Não gostaria de sentir seu espírito se erguer?
"Gostaria, Arthur, mas estou encurvado há tanto tempo..."
É mesmo? Posso perguntar há "quanto tempo"? Há mais de 18 anos?
Nunca é tarde.
Jesus reescreve histórias e endireita caminhos. Para isso, vá ao lugar certo.
Aonde aquela mulher estava? Na sinagoga, a igreja dos judeus.
Não estava no sofá da sala ou na casa da vizinha.
Embora enferma, ela buscava a Deus.
Não se revoltava com as adversidades, mas aprendia com elas.
Não desistiu do Pai por crer que Ele não havia desistido dela.
E foi recompensada. Não só com um corpo ereto, como com uma alma sã.
Ao contrário do que parece, o fim desta história não é a cura.
Continue comigo por mais algumas linhas.
Esqueci de mencionar que aquele dia era um sábado.
Alguns religiosos mal-humorados disseram que ninguém deveria procurar Jesus aos sábados, o dia sagrado dos judeus.
O Mestre, aquele que nunca se calou quando deveria falar, disse:
- Hipócritas! Então eu não deveria ter libertado esta mulher, que há 18 anos Satanás trazia presa?
Eu posso ver os olhos daquela mulher brilhando.
Pense com ela: Como Jesus sabia dos dezoito anos? Ela não havia falado nada! Ela nunca O tinha visto antes!
A resposta? Deus havia estado com ela o tempo todo.
No caminho para a mercearia.
No tombo levado durante o banho.
No dia em que crianças caçoaram dela.
Deus a observou durante dezoito anos.
"E por que não a curou antes?"
É sério que você não sabe? Ele esperou o dia certo.
Lucas, autor do Evangelho, precisava estar presente para que você ficasse sabendo do que aconteceu naquela tarde.
Receba isto: momentos eternos demoram para ser fabricados.
Enquanto isso, levante-se. Com Cristo ao seu lado, sua alma parará de doer.
Aonde aquela mulher estava? Na sinagoga, a igreja dos judeus.
Não estava no sofá da sala ou na casa da vizinha.
Embora enferma, ela buscava a Deus.
Não se revoltava com as adversidades, mas aprendia com elas.
Não desistiu do Pai por crer que Ele não havia desistido dela.
E foi recompensada. Não só com um corpo ereto, como com uma alma sã.
Ao contrário do que parece, o fim desta história não é a cura.
Continue comigo por mais algumas linhas.
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Esqueci de mencionar que aquele dia era um sábado.
Alguns religiosos mal-humorados disseram que ninguém deveria procurar Jesus aos sábados, o dia sagrado dos judeus.
O Mestre, aquele que nunca se calou quando deveria falar, disse:
- Hipócritas! Então eu não deveria ter libertado esta mulher, que há 18 anos Satanás trazia presa?
Eu posso ver os olhos daquela mulher brilhando.
Pense com ela: Como Jesus sabia dos dezoito anos? Ela não havia falado nada! Ela nunca O tinha visto antes!
A resposta? Deus havia estado com ela o tempo todo.
No caminho para a mercearia.
No tombo levado durante o banho.
No dia em que crianças caçoaram dela.
Deus a observou durante dezoito anos.
"E por que não a curou antes?"
É sério que você não sabe? Ele esperou o dia certo.
Lucas, autor do Evangelho, precisava estar presente para que você ficasse sabendo do que aconteceu naquela tarde.
Receba isto: momentos eternos demoram para ser fabricados.
Enquanto isso, levante-se. Com Cristo ao seu lado, sua alma parará de doer.
"Lucas, autor do Evangelho, precisava estar presente para que você ficasse sabendo do que aconteceu naquela tarde."
ResponderExcluirIsso gerou uma tempestade na minha cabeça cara!!
Quantas coisas na bíblia (todas) aconteceram no momento propício de alguém estar lá para documentar para que um dia o gordinho que vos fala pudesse aprender algo!!
Obrigado pastor!
Realmente, assim como o comentário anterior, quantas coisas tiveram que acontecer no tempo certo para que hoje todos nós pudéssemos ver as maravilhas de Deus através do tempo.
ResponderExcluirMuito bem Arthur, inspirador!