26 de agosto de 2013

Des(amparo)


"Se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos."

Marcos 9:22


Aquele não foi o melhor dos apelos.

Ele não estava muito confiante ou seguro. Pelo contrário. A cada instante, a sensação de estar no lugar errado aumentava.

Por isso, ele chorava, ainda que muitos estivessem vendo.

Seu filho estava ali, vitimado há anos por um demônio. Não falava ou ouvia. Tinha convulsões terríveis e vivia tentando se matar.

Nenhum médico trouxe-lhe soluções. Nenhuma tática lhe trouxe alívio.

Até que lhe falaram do tal Jesus. Lhe disseram que Ele curava cegos, paralíticos e afins...

Ele então pega seu filho e viaja ao encontro do Mestre. Chegando lá, porém Jesus não está. Os discípulos tentam ajudá-lo, colocando as mãos sobre a cabeça do menino, mas o demônio não sai.

Pior: o menino começa a se debater violentamente no chão e todos ao redor já se preparam para vê-lo desfalecer.

Até que Jesus chega e aquele pai lança suas últimas fichas.

- Se você puder fazer alguma coisa... - Ele diz, enquanto Cristo o observa.

Convenhamos: "Se" não parece ser a palavra ideal para se dizer àquele que acalmou o mar.

Jesus, porém, não parece se ofender e responde:

- Eu posso, se você crer. Tudo é possível ao que crê.

- Eu creio, Senhor! Ajuda-me na minha incredulidade...

Mais uma frase confusa. "Creio" e "incredulidade" parecem não combinar.

Mas para Jesus, basta.

Ele cura o menino. Ele expulsa o demônio. Ele o que aquele homem nunca teve: Paz.


***

Desamparo.

Eis a palavra ideal para resumir o que aquele pai sentia.

Ele tinha um grande problema e ninguém era capaz de ajudá-lo.

Ao ver Jesus, ele creu, mas.... Bem, é esse "mas" que costuma estragar tudo.

O pai, porém, não se rendeu.

- Eu creio! - Disse. - Mas ajuda-me a crer...

É como se ele dissesse: "Senhor, eu quero crer. Então, por favor, me ajude a parar de olhar para esses rostos incrédulos. Faça o meu filho viver! Me ajude a não ver as circunstâncias!".

As palavras dele são a minha deixa. Será que tenho leitores tão desamparados quanto aquele pai?

pequena, problema grande.

Incomodamente cercado, porém desesperadamente sozinho.

Lutando, mas quase esmorecendo.

E se emocionando enquanto lê isto e pensa: "Ele está falando de mim!".

Jesus foi o último recurso daquele pai. Sua última chance.

Para chegar ao Mestre, ele precisou desistir dos médicos. Para alcançar o milagre, ele precisou desistir dos roteiros.

Você também precisará desistir de algumas coisas para chegar até Jesus.

Como disse no início deste texto, aquele pai não era o Superman.

Tinha dúvidas.

Tinha medo.

Tinha raiva.

Mas ainda lhe restava um pouquinho de .

E, acredite, Jesus não resiste a ela.

Ele nunca exigiu corações perfeitos, mas sempre confessou amar os sinceros.

Aos desamparados, a frase d'Ele ainda é a mesma: "Tudo é possível ao que crê".

Note algo especial: Ele não disse que tudo é possível "aos fortes", "aos bons" ou "aos inabaláveis".

No Reino d'Ele, basta-nos crer e obedecer.

Basta conservar a chama, mesmo em meio ao vento forte.

Jesus não se aposentou.

Ele ainda é o nocauteador de desamparos e o benfeitor dos desamparados...

Um comentário:

  1. Q blog lindo e abençoado!!
    Que Palavra maravilhosa!
    Agora seguindo sempre
    Tenho um blog tambem e espero vc por la
    Um abraço!!

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