"Disse Judas: Pequei, traindo sangue inocente.
Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo."
Mateus 27:4
Judas trancou a
porta de seu quarto e
sentou-se na beirada da
cama.
Seu
coração batia aceleradamente enquanto retirava o saco de
moedas do bolso.
Apalpou as moedas,
espalhando-as sobre a cama.
Como eram
brilhantes!
Sorrindo, começou a
contá-las freneticamente, embora já
soubesse quantas eram.
1, 2, 3...
30!
Judas
sorriu novamente.
Não que aquilo fosse uma
fortuna, mas era o
suficiente para se comprar uma
casa e, quem sabe, outras coisas mais...
Durante alguns minutos, Judas
sonhou.
(Sim, traidores também sonham!)
Sonhou com belas roupas.
Sonhou com belos móveis.
Sonhou com belas mulheres.
Até que, sem que ele conseguisse
evitar, os
sonhos foram substituídos por
lembranças.
Lembranças de
como havia conseguido aquele
dinheiro.
30
moedas de prata em troca da
vida de seu
Mestre.
Judas
sacudiu a cabeça, mas o
rosto de Jesus não saía de sua
memória.
Lembrou-se dos
sermões. Das
curas. Dos
jantares. Do
Amor.
E então olhou para as
moedas.
(Era impressão sua ou elas não eram tão brilhantes assim?)
Na hora em que
beijara o rosto de Jesus, entregando-O à
morte, aquele lhe parecera um
ótimo negócio.
Agora, porém, de posse da "
recompensa", Judas já não
pensava da mesma forma.
As
moedas não durariam para
sempre.
As
lembranças sim.
E a
Culpa também.
A casa nova, as boas roupas e as mulheres o
distrairiam, mas não serviriam para
perdoá-lo.
Subitamente, o
dinheiro deixou de ser uma
Esperança para tornar-se uma
Decepção.
Judas pensou que as
moedas seriam seu Passaporte para a
Felicidade, mas elas se tornaram Lembretes de seu
Pecado.
Em suma, as
moedas eram
passageiras mas as
consequências eram
eternas.
Judas percebeu que
não havia feito um
bom negócio, afinal.
Trêmulo, colocou novamente as moedas no
bolso e saiu
correndo.
Falaria com os
homens que lhe haviam
pago.
Eram
religiosos (viviam na igreja!) e certamente teriam alguma
solução.
Poderiam
dizer-lhe alguma coisa e
purificá-lo de seu Pecado. Quem sabe
(Judas sabia que estava sendo bastante otimista) Jesus não poderia ser
solto?
Perdão e uma chance de
recomeçar.
Isso era
tudo o que Judas
desejava naquele momento.
Em poucos
minutos, chegou à porta da
Sala onde seus "
amigos" costumavam se reunir.
Encontrou-os
gargalhando e brindando animadamente, comemorando a
morte do tal Mestre.
Judas
pigarreou e todas as
cabeças se viraram instantaneamente para ele.
-
O que você quer aqui? -
Rosnou o Fariseu sentado à
cabeceira da mesa.
"
Que estranho!",
pensou Judas, "
Ele me tratou tão bem ontem!"
O que
realmente ele estava fazendo ali? Nem ele mesmo
sabia ao certo, mas sabia que precisava dar uma
resposta:
-
Bem, eu... - Não havia uma forma
fácil de se dizer aquilo e
Judas resolveu ser
direto. -
Eu percebi que pequei, pois traí um inocente.
Silêncio.
Judas esperou por uma
resposta que, inexplicavelmente,
não veio.
-
Vim devolver as moedas. - Continuou Judas, colocando o saco sobre a mesa. -
Não as quero mais.
Sentiu
vontade de dizer "
Quero meu Perdão de volta", mas se
conteve.
Os
fariseus se entreolharam e começaram a
gargalhar.
Judas se
pergunta do que estão
rindo, até que um deles
grita:
-
E o que isso nos importa? Estamos nos lixando para o seu arrependimento! Isso é contigo!
Os religiosos voltam a
conversar entre si, disputando quem assistirá a
crucificação mais de perto, enquanto Judas ainda
permanece à porta.
Lágrimas ameaçam rolar pela sua face, mas ele as
contém.
Seu coração, antes
acelerado, parece prestes a
parar de bater.
Não lhe dariam
Perdão. Não haveria
recomeço.
Aqueles homens o haviam
usado e agora o jogavam
fora.
A
lembrança de
Jesus volta com
nitidez ainda maior.
Por que não dera ouvidos aos Seus
ensinos? Por que
traíra alguém que lhe fizera tão
bem?
Corroído pelo
remorso, Judas se vai, sem se dar ao trabalho de pegar as moedas.
Ele sabe que não
precisará mais delas.
Lentamente, ele tira um
objeto de dentro de seu bolso.
Uma
corda.
Ele a
amarra numa
árvore e enlaça-a em torno do
pescoço.
Desta vez permite que as
lágrimas rolem pela
última vez.
Sorrindo
amargamente, Judas se lembra das Promessas de
Vida feitas por Jesus.
Ele, porém, escolhera a
Morte.
Judas
respira fundo.
E se
enforca.
Ou, para ser mais exato, é
enforcado.
Enforcado pela própria
cegueira.
Enforcado por
esperar do
mundo o que só
Jesus poderia lhe
dar.
Enforcado por ter traído o
Senhor da Vida em troca de míseras
moedas.
Aquele foi o
pior negócio de sua
vida...
***
Assim como
Judas, você tem feito
maus negócios.
Tem perdido
valores eternos por prazeres
passageiros.
Tem buscado um
Recomeço que parece estar a milhas de
distância.
Tem pedido
ajuda a quem não quer
ajudar.
- Isso é contigo! - Disseram os fariseus.
O
mundo ainda nos diz isso.
"Fique com seus Pecados!"
"Assuma as consequências!"
"Pague o preço!"
Você bem sabe o que é ser
julgado.
Também sabe o que é
errar e não poder
voltar atrás.
Há algo, porém, que Judas não
sabia:
Jesus
vive.
As 30 moedas não O
mataram, mas apenas
serviram para que Ele nos
salvasse.
E, ao contrário do
mundo, Jesus diz:
-
Isso é comigo!
Seus erros são d'Ele.
Seus pecados são d'Ele.
Seus traumas são d'Ele.
Abra bem os
ouvidos agora:
Jesus pode pegar de volta as suas
moedas!
Ele pode restaurar seu
Passado.
Ele pode consertar suas
Ações.
E, principalmente, Ele pode te dar o tão sonhado
Recomeço.
Admita seus
erros.
Jogue as
moedas na mesa.
E vá até
Ele.
-
Isso é comigo. - Ele diz.
A
responsabilidade não é sua.
O
poder não é seu.
Sua é a
Culpa, d'Ele é o
Perdão.
Ele fará a
Obra.
A você, cabe
crer.
Nem pense na
corda. Você não precisará dela.
Há uma
solução para você.
E esta solução atende pelo nome de
Jesus Cristo...