Hebreus 6:7
Em certa cidade chovia muito.
Para falar a verdade, chovia todos os dias.
Havia um homem que detestava a chuva e passava boa parte do dia reclamando delas.
- Veja só esse quintal encharcado, vou acabar escorregando! - Murmurava.
- Veja só essa casa cheia de goteiras, algum dia esses móveis vão se estragar! - Dizia.
- Veja só o meu carro, sempre molhado, isso vai acabar estragando a pintura! - Gritava.
E assim ele desperdiçava seus dias, sempre maldizendo a chuva ininterrupta.
Certo dia, o homem passava pela rua, abrigado sob um enorme guarda-chuva, muito irritado, rumo à padaria.
Ele praguejava pelo caminho, até que viu o seu vizinho em frente ao portão, extremamente sorridente e sem se proteger da água que caía.
Ansioso em dividir suas reclamações com mais alguém, o homem comentou:
- Êta chuvinha enjoada, hein?
O vizinho, porém, sei deixar de sorrir, lhe respondeu:
- Você a acha enjoada? Eu adoro essa chuva!
- Adora? - Perguntou o outro, incrédulo, e interrompendo sua caminhada para ouvir aquele absurdo.
- Sim, adoro! A chuva me traz muitas bênçãos e alegria!
- Alegria?! - Retrucou o reclamão. - Mas a chuva não encharca seu carro?
- Sim! - Confirmou o outro, animadamente. - Por isso economizo com lava-jato e ele está sempre limpo!
O homem, que nunca tinha analisado a questão por aquele ângulo, tentou uma outra abordagem:
- Mas e quanto às goteiras? Na sua casa não tem?
- Sim, muitas! - Respondeu o outro. - Isso não é maravilhoso?!
À essa altura, o homem sentiu vontade de bater com o guarda-chuva na cabeça do vizinho feliz.
- Como pode dizer que goteiras são maravilhosas? - Perguntou, quase gritando. - Não tem medo dos seus móveis estragarem?
- Não! Eu os desviei das goteiras, não há perigo. E embaixo de cada goteira, pus um balde e assim aproveito a água deles para limpar minha casa e ainda economizo na conta de água!
Quase derrotado, o vizinho murmurador lançou sua última cartada:
- Mas e quanto ao seu quintal? Não vive encharcado?
- Sim, vive!
- E você não tem medo de escorregar?
- Não, não tenho! E, aproveitando a água da chuva, eu plantei uma horta que me rende muitas verduras! A água que cai no meu quintal me proporciona alimentos deliciosos e saudáveis!
O homem pensou em contestar, mas subitamente percebeu o quanto era tolo.
A chuva era inevitável, tanto para ele quanto para seu vizinho.
Enquanto seu vizinho, porém, fazia da chuva uma bênção, ele transformava a chuva numa maldição.
- Aonde você vai, amigo? - Perguntou o vizinho, dono da bela horta.
- Estou indo à padaria. - Respondeu o outro. - Mas antes, só vim jogar esse guarda-chuva inútil na lata do lixo...
***
Chuvas são inevitáveis ao longo da vida.
Querendo ou não, sofremos com tempestades de dor, sofrimento, angústia, decepções e muitas outras "águas" que teimam em encharcar nossa Alma.
A Grande Questão é:
"O que faremos com essas águas?"
Segundo o versículo acima, a terra que se utilizar das águas para produzir algo proveitoso receberá a bênção do Senhor.
Deus quer que sejamos como o vizinho contente.
Ele transformava dificuldades em oportunidades.
Ele via o lado bom, ignorando o ruim.
Ele dominava a água ao invés de permitir que a água o dominasse.
Experimente ser como ele.
Utilize a dor para valorizar a alegria.
Utilize o sofrimento para conhecer o Poder de Deus.
Utilize a angústia para alcançar a Paz.
Utilize as decepções causadas pelo homem para se aproximar do Amor Infalível de Deus.
Não desperdice sua vida reclamando do que você não pode evitar.
Se a chuva está caindo, controle-a.
Deus recompensará aqueles que souberem se utilizar das águas.
Eles serão felizes, satisfeitos e contentes.
Quando "goteiras" invadirem seu coração, desvie os "móveis" dos seus sentimentos.
Quando o "quintal" de sua Alma estiver alagado, plante "hortas" de Fé.
Não permita que as "águas" estraguem a pintura do "carro" do seu ser, mas faça com que elas o "lavem", limpando-o cada vez mais.
E, acima de tudo, não tente se utilizar de guarda-chuvas.
O guarda-chuva da fuga não te ajudará a solucionar problemas.
O guarda-chuva da mágoa não te salvará dos seus traumas.
O melhor que você tem a fazer é encarar a água e permitir-se ser inundado.
Relaxe, quem controla essa chuva é o Senhor.
E, no tempo certo, o Sol das Bênçãos aquecerá você...
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