A água não parava de jorrar pela torneira, mas Ele não parecia preocupado.
Eu, porém, estava desesperado!
Por quê desperdiçar uma água tão límpida quanto aquela?!
A água jorrava sem parar, enquanto eu tentava encontrar alguma forma de estancar aquele vasamento terrível.
Voltei a encará-Lo, mas, para minha completa surpresa, Ele sorria.
- Senhor? - Perguntei, com a voz trêmula. - O Senhor não está vendo quanta água estamos perdendo?
- Sim. - Foi sua simples resposta, enquanto seu sorriso se ampliava e seus braços se cruzavam.
Levantei minhas sobrancelhas, incerto de que Ele estava em juízo perfeito.
- E o Senhor não fará nada para impedir?
Seu sorriso não O abandonou e Ele respondeu como quem explica matemática a uma pequena criança:
- Por quê eu impediria? Essa água não é boa o suficiente e pode ser perdida.
Me abaixei em direção à torneira, peguei um pouco da água nas mãos e procurei por alguma impureza, sem sucesso.
- Pois para mim, esta água parece maravilhosa! - Retruquei.
Desta vez, Ele parou de sorrir. Agachou-se ao meu lado, alisou meus cabelos e pousou minha cabeça em seu ombro.
- Sei que parece. - Disse-me. - Sua visão é limitada, mas Eu sei como provar que há uma água muito melhor do que esta!
Ele então pôs a mão na torneira e, com um leve golpe, arrancou-a.
Jamais me esquecerei daquele Manancial!
O pequeno orifício da torneira transformou-se em uma imensa cachoeira que me inundava, externa e internamente. A água era incrivelmente límpida, encharcando cada milímetro de minha alma.
Olhei para baixo e eis que vejo a enorme poça formada pelas águas que jorravam, claramente dividida em duas partes: A da água que jorrava pela torneira (Como eu não pude perceber que ela estava tão imunda?!) e a água do Manancial.
- Não te disse que havia uma água infinitamente melhor? - Ele me disse, não em tom acusador, mas compassivo.
Concordei com a cabeça, ainda anestesiado pelas águas que não paravam de escorrer.
- Nunca se assuste com as perdas. - Ele continuou. - Elas não se comparam aos ganhos que estão por vir.
- Mas...
Ele pôs o dedo em minha boca, interrompendo minha fala.
- Não dê espaço para a dúvida. Conheço seus medos e sei que eles são infinitamente menores do que a Coragem que tenho para te dar.
Permaneci em silêncio, tentando entender o significado daquelas águas, enquanto desejava profundamente que Ele nunca mais retirasse minha cabeça de Seu ombro.
- Sei que está com saudades dela. - Ele me disse, após algum tempo olhando para o horizonte. - Mas mantenha a Paz. Está vendo a primeira água lá embaixo?
Acenei afirmativamente com a cabeça.
- Ela representa os seus dias de saudade. O amor de vocês é belo e aparentemente perfeito, mas não se compara ao amor que sentirão um pelo outro após o casamento! A primeira água será perdida e aparentemente fará muita falta, mas...
Levantei minha cabeça, encarando seus olhos amorosos que pareciam dar continuidade ao seu sorriso.
- Mas elas não se comparam à segunda água! Você e Helen podem estar perdendo belos dias longe um do outro, mas nem imaginam os dias que viverão lado a lado! O Manancial da vitória sempre é maior do que a torneira da derrota!
Ele me ergueu do chão e começamos a caminhar vagarosamente, enquanto o Manancial continuava a jorrar a todo o vapor.
- Quando eu "retirar a torneira", você e Helen se banharão no Manancial! Não se preocupe com as perdas de hoje, pois elas são muito menores do que os ganhos de amanhã!
Ele sorriu, deu-me Sua mão e caminhamos por mais alguns intantes.
Eu me debruçava em seus braços, pensando em meu Bebê e digerindo o fato de estar passeando com Cristo...
cara. . . de onde vc tira essas coisas?? muito bom mesmo. . . muito inspirador e encorajador!!
ResponderExcluirobrigado
Que liiiiiindo! Concordo com o Marco, muito inspirador e encorajador!
ResponderExcluirTe desejo sempre mais inspiração para que mais post's desses sejam feitos! *.*
A paz do Senhor.
Amigo Arthur, Deus abençõe a sua vida!
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