12 de março de 2012

O Quebra-Cabeça


"Entrando em um dos barcos, que era o de Pedro, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões."

Lucas 5:3


Que tal me ajudarmontar um quebra-cabeça?

Não vou, porém, dar detalhes sobre a imagem.

Peça por peça, vamos juntos descobrir o que se formará...


***
Peça N° 1

Pedro não suporta mais ficar naquele barco.

Se pudesse, quebraria-o inteirinho.

Não teria, porém, dinheiro para comprar outro, por isso estava se segurando.

A culpa, na verdade, não era do barco, que sempre o ajudou.

Sua ira fora causada pela péssima noite que tivera.

Horas e horas em alto-mar.

Trabalho árduo, redes lançadas, gritos, vento...

E nem um mísero peixe fora pescado!

Pedro fracassara naquele barco e agora queria esquecer-se dele, nem que fosse por algumas horas.

Chegar em casa de mãos vazias seria ruim, mas permanecer ali seria ainda pior.

Pedro preparava-se para ir embora quando uma voz gentil soou às suas costas.

- Posso pegar seu barco emprestado por alguns minutos?

A voz era de Jesus, um carpinteiro que andava se aventurando como pregador.

- Tem gente demais na praia e preciso de um barco para ter onde pregar.

Pedro pensou em dizer que havia dezenas de barcos ali (cheios de peixes, por sinal).

Por que escolher justo o dele (vazio)?

O tal Jesus, porém, era educado e Pedro não conseguiu negar.

- Claro. - Respondeu o pescador. - Sem problemas.

Jesus subiu no barco e começou a falar.

A multidão, atenta, o ouvia.

"Mais um pouco de tortura neste lugar...", pensou Pedro, sentando-se no barco.

Decidiu prestar um pouco de atenção na pregação.

Afinal, era a única maneira de passar o tempo...


***

Peça N° 2

Até que a Pregação havia sido bem melhor do que Pedro imaginara.

Para sua surpresa, até o tempo parecia ter passado depressa.

Amém! - Jesus encerrou seu Sermão.

Entorpecido, Pedro se levantou.

Era chegada a hora de, finalmente, descer daquele barco.

- Pedro.

Era Jesus, chamando-o novamente.

Pedro ergueu as sobrancelhas, assustado com a possibilidade de que houvesse alguma espécie de "Parte 2" do Sermão.

- Pois não? - Pergunta.

Ele jamais imaginaria o que vinha a seguir:

- Vá até o mar e lance as redes novamente.

Pedro, amortecido pelo choque, perde a fala.

Não demora muito para que sua ira se acenda novamente.

Será que aquele Jesus não havia percebido que seu barco era o único vazio.
Será que Ele não vira suas olheiras?

Ou estaria Ele zombando de seu fracasso?

Pedro se prepara para a mais irônica e mal-criada resposta de sua vida.

- Mestre, eu pesquei a noite inteira e não apanhei nada...

O pescador prepara-se para praguejar, até que Jesus o encara com doçura.

Sim, doçura.

Como se soubesse o que ele estava prestes a falar.

E como se, mesmo sabendo, estivesse pronto para perdoá-lo.

Pedro começa a duvidar da própria sanidade...

Até que se lembra do Sermão e do Poder contido em cada palavra.

Jesus merecia algum crédito. Ou, ao menos merecia não ser ofendido.

Não custava nada obedecê-Lo, mesmo que isso significasse ser envergonhado diante de uma multidão.

- Já que é o Senhor que está mandando, lançarei as redes. - Responde Pedro, sem muita convicção.

Jesus sorri e desce do barco.

Suspirando, Pedro começa a se aprontar.

Ele está prestes a voltar às águas de seu Fracasso...



***
Peça N° 3

Derramando muito suor, Pedro consegue conduzir o barco de volta à praia.

Seu coração está disparado.

Mesmo olhando-os, ele ainda não acredita na quantidade de peixes debatendo-se ao seu lado.

São centenas.

Sem contar as outras centenas que precisaram ser carregados por outros barcos.

As águas eram as mesmas, mas a pescaria não.

A rede que voltara vazia agora estava cheia.

O barco, sinônimo de derrota, tornara-se símbolo de uma imensa vitória.

Na areia, Jesus o esperava.

Bastou apenas um olhar para que Pedro soubesse que aquilo não fora uma simples obra do acaso.

O "acaso" atendia pelo nome de Jesus Cristo.

Pedro percebeu que as águas haviam obedecido ao seu Senhor.

Aliás, obedecido ao Senhor do Universo.

Aquele carpinteiro educado era (acreditem) Deus!

Descendo do barco, pisando em peixes, Pedro se ajoelha diante do Mestre.

- Afasta-te de mim! - Grita o pescador. - Sou pecador indigno de estar perto de Ti!

Pedro olha para dentro de si mesmo e sente vergonha.

Ele se lembra de sua ira.

Se lembra de sua imundície.

E teme.

Teme por sua vida.

Teme pelo que aqueles peixes possam significar.

Talvez sejam uma Lição.

"Não zombe de mim nunca mais!", diria Jesus, fulminando-o com um raio.

O Mestre, porém, já deu sua Lição. Na verdade, Ele agora planeja uma Missão.

- Não temas, Pedro.

Ele se abaixa, pega o pescador pela mão e sussurra:

- A partir de agora, você será um pescador de homens.

E, de alguma forma, Pedro O entende.


***

Peça N° 4

Alguns anos já se passaram desde que os peixes encheram suas redes.

Pedro, já de cabelos brancos, escreve suas epístolas.

Ele mal pode imaginar que o mundo inteiro as lerá dali a alguns séculos.

De uma coisa, porém, ele tem certeza:

Valeu a pena ficar naquele barco!

E, ah, ser pescador de homens é a melhor profissão do Mundo...


***

Veja!

Montamos! Não é maravilhoso?

As quatro peças do quebra-cabeça formaram...

Bem, sei o que elas formaram para Pedro.

E tenho visto o que elas formam para mim.

Quanto a suas peças, cabe a você juntá-las.

Jesus visitará o barco da sua vida, ainda que ele esteja vazio.

E com a ajuda d'Ele, você voltará às águas do seu fracasso.

E, onde um dia foi envergonhado, será honrado.

Tudo isso, porém, é pequeno quando comparado ao Grande Prêmio:

A Missão.

Levante-se, pecador.

Seja bem-vindo a bordo, Pescador de Homens!

E, ah, parabéns pelo quebra-cabeça!

É lindo...

Um comentário:

  1. Que benção,meu amor!

    Que palavras tragas por Jesus.

    Você como sempre sendo usado pelo nosso Papai!

    Esse post falou muito comigo!

    Eu te amo, meu pastor!


    Helen ♥

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