4 de fevereiro de 2012

A Última Refeição

"Indo ela a buscá-la, ele a chamou e disse: Traze-me também um bocado de pão na tua mão."

1Reis 17:11


Esperança.

Aquela viúva nem se lembrava mais da existência desta palavra.

Desgraça era mais adequada à sua existência.

Seu marido morrera.

E hoje seria a sua vez. E a de seu filho também.

A terra estava seca.

Não chovia há anos em Israel.

Sua horta estava morta.

E sua despensa, vazia.

Restava-lhe apenas um mísero bocado de farinha e um gole de azeite.

Ela e o filho jantariam e...

.

Ponto final.

Morreriam de fome dentro de alguns dias.

Uma morte lenta e dolorosa.

Por isso, calmamente (do que valeria a pressa num momento como aquele?), ela foi até a entrada da cidade para pegar lenha e assar a última refeição de sua vida.

- Olá.

Um homem havia parado ao seu lado.

- Olá. - Respondeu a viúva.

desconhecido sorriu e, gentilmente, perguntou:

- A senhora poderia me dar um pouco de água?

A mulher sorriu amargamente.

"Ah, se você soubesse...", pensou.

Resolveu, porém, atender ao pedido do homem. Água não era o principal de seus problemas, afinal.

- Sim. Espere um instante, que eu vou até a minha casa buscar água para o senhor.

A viúva mal havia dado três passos quando a voz do homem soou atrás de si:

- Traga-me também um pouco de pão.

Desta vez a mulher faz questão de assumir uma expressão zangada.

Que homem abusado aquele!

Seria possível que ele não soubesse que todos em Israel estavam morrendo de fome?

Será que ele não tinha vergonha de sair por aí pedindo comida?

Ainda mais a uma pobre mulher sem marido!

E, para piorar, desta vez o homem não havia pedido um favor.

Ele parecia estar realmente exigindo o pão!

- Olha, o senhor vai me desculpar, mas eu não tenho comida. - Respondeu a viúva, tentando ao máximo conter sua irritação. - Na verdade, esta lenha que estou pegando é para minha última refeição. Tudo que me resta é um pouquinho de farinha e azeite e depois disso meu filho e eu morreremos.

"Entendeu, seu abusado?", ela gostaria de ter complementado, mas guardou o pensamento para si.

O homem, porém, não parecia ter se abalado.

- Não temas. - Ele disse com expressão firme.

A mulher sentiu o coração se contrair. O homem havia colocado o dedo na ferida, como costumam dizer.

Medo.

Era justamente isso o que ela mais sentia, embora tentasse maquiá-lo com Coragem.

Medo da própria morte.
Medo da morte do filho.
Medo do dia seguinte.

Ela estava a ponto de explodir e...

- Pegue a farinha que lhe resta e prepare um pão para mim. - Continuou o homem. - E depois, faça um pão para você e seu filho.

- Mas... - A mulher pensou em protestar, dizer que era impossível, mas o homem não lhe deu chance.

- E assim diz o Senhor: O fermento e o azeite da sua casa não acabarão até que volte a chover em Israel!

A viúva tentou digerir aquelas palavras.

Eram absurdas, ela sabia.

Não tinham base, coerência, lógica...

Mas eram repletas de .

Aquele homem poderia ser um lunático...

Mas também poderia ser um Profeta.

Ela preferiu crer na segunda opção.

Foi para casa, preparou seu último (?) pão e deu-o ao desconhecido.

E Deus, o Senhor das Viúvas, assistiu à cena.

Aquela farinha jamais acabou.

Houve pão todos os dias.

Seu filho engordou.

E aquela mulher aprendeu uma Lição:

Quando damos a Deus tudo o que temos, Ele nos dá infinitamente mais do que imaginamos.



***

Esta Lição serve para você.

Deus ainda concede Esperança aos que haviam-na perdido.

Deus ainda multiplica aquilo que parecia acabado.

Deus ainda coloca vírgulas em pontos finais.

Dê a Ele o seu "pão".

Não dê a Deus do que lhe sobra, mas do que lhe falta.

Ouse crer.

Deus ainda reescreve histórias.

Não temas.

Você ainda pode voltar a sorrir...


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