Outra Entrevista

E advinhem quem voltou ao meu sofá?

Ele mesmo, Paulo!

Fui até à cozinha, pegar mais uma xícara de café.

"Sua entrevista fez muito sucesso no meu Blog, Paulo! Todos gostaram muito!", exclamei entusiasmado, enquanto o servia.

Paulo não pareceu se abalar e me respondeu tranquilamente:

"Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Cuidado com o orgulho, Arthur!"

Sentei-me ao seu lado, ainda sem saber o que perguntar.

Havia uma foto de Helen na estante. Paulo apontou para ela e perguntou:

"Sua namorada?"

"Sim", respondi. "E, por falar nisso, Paulo, qual seria a sua fórmula para um namoro segundo o coração de Deus?"

Ele bebericou o café e me respondeu, como se a resposta fosse a mais óbvia existente:

"Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. A fórmula é simples: Namore para a Glória de Deus!"

Sorri. Realmente a resposta era óbvia, mas trazia à tona outra pergunta:

"Paulo, você fala com tanta segurança, mas sempre enfrentou tantas lutas... Por que você nunca fraquejou, mesmo nos piores momentos?"

Ele abriu os braços e respondeu com simplicidade:

"Sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Essa certeza supera todas as dúvidas."

Baixei os olhos, pois não consegui mais encará-lo.

"Eu gostaria de ser assim, Paulo. As dúvidas, porém, sempre me soterram. Eu não sei o que fazer! Não sei como alcançar a sua fé..."

O Apóstolo bebeu o resto do café e deixou a xícara de lado. Inclinou-se no sofá em minha direção e disse em tom humilde:

"Quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para O Alvo. Liberte-se do passado e olhe para as promessas d'Ele, Arthur!"

"Eu gostaria de ser assim, Paulo. Gostaria tanto!", lamentei.

"E então, o que te impede?"

Eu estava envergonhado, mas fui sincero:

"Medo, insegurança, ansiedade..."

Paulo afastou as palavras com a mão, como se fossem moscas incômodas, e disse:

"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. Não se inquiete com nada. Apenas ore, e agradeça antes mesmo de receber, crendo."

"Mas, Paulo, se eu viver assim..."

O Apóstolo completou a frase para mim:

"... A Paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e os vossos sentimentos em Cristo Jesus. Isso mesmo, Arthur. A propósito, Por que você não posta isso no seu Blog?"