Harpas Penduradas

Terra estranha.

Cenários estranhos, paisagens estranhas, até mesmo o ar parece estranho.

O salmista senta-se à beira do rio e olha ao seu redor. Seus irmãos estão ali, trabalhando. Seus antigos vizinhos estão do outro lado, sendo ridicularizados pelos opressores.

Eis a rotina dos israelitas no cativeiro babilônico!

O salmista suspira de saudades da antiga terra e se pergunta se ainda é possível recuperar a alegria. A desolação é grande demais e...

Espere! O que é aquilo?

Em um salgueiro próximo há um objeto dourado pendurado. O salmista põe-se de pé para ver de perto.

Era exatamente o que havia imaginado: Uma harpa.

A harpa que em Israel tocava alegres canções, agora estava pendurada num salgueiro qualquer. A mesma harpa que animara as festividades e entoara a adoração no Templo, estava ali.

Uma harpa aposentada. Na Babilônia não se pode cantar...


Acabo de encenar o Salmo 137. Abra sua Bíblia nele e reveja comigo o cenário da tristeza. Um salmo de lamento composto em pleno cativeiro.

O povo, desanimado demais para cantar, havia pendurado suas harpas.

Harpas penduradas representavam o fim da alegria.
Harpas penduradas simbolizavam o desânimo.
A Babilônia havia acabado com sua cantoria.

Você não mora na Babilônia, mas talvez tenha parado de cantar.

Onde está a sua harpa? Pendurada num salgueiro?

Talvez os dias chuvosos, ônibus lotados e patrões mal-humorados têm calado sua cantoria...

Talvez os defeitos, o mau-humor ou a ingratidão de seu companheiro(a) têm calado sua cantoria...

Talvez você esteja sentado, à beira de um rio, em plena Babilônia. À beira do rio da tristeza, da amargura, do pânico...

Talvez você esteja com saudades da sua Jerusalém. Saudades do tempo em que a vida era fácil, o namoro era apaixonante e a igreja era um prazer. Saudades do tempo em que você cantava.

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O ponto acima poderia ser o ponto final deste texto. Poderíamos no sentar ( o blogueiro estaria ao seu lado), pesarosos e tristes, lamentando as derrotas da vida.

NOSSO FINAL, PORÉM, SERÁ DIFERENTE!

Pegue sua harpa (eu também pegarei a minha), tire-a do salgueiro e recomece a tocá-la. Cante!

Encontre alegria em meio às tristezas. Adore em meio à incredulidade.

TRAGA SUA JERUSALÉM PARA DENTRO DA BABILÔNIA!

Você não precisa sair do problema para buscar a solução.

Jesus nos pede um sorriso! Jesus quer ouvir o som de nossas harpas!

Aiás, não seria a Cruz uma grande harpa?

Nossa vitória estava "pendurada no salgueiro do pecado" até que Jesus deu sua vida, pegou nossa "harpa" e começou a cantar!

"Cante!", nos convida o Mestre.

"Senhor, como cantarei aqui? Não estou na Jerusalém que eu amo, estou na Babilônia que odeio!", replicamos.

Jesus sorri e olhando-nos com amor, diz:

"Então feche os olhos. Feche os olhos para o que está ao seu redor e venha para o meu Colo! Feche os olhos e dedilhe a sua harpa..."