"E há de ser que beberás do ribeiro; e eu tenho ordenado aos corvos que ali te sustentem."
1Reis 17:4
Elias andava pelas ruas e sentia vontade de chorar, ou talvez vomitar.
Estátuas de um tal deus Baal decoravam as ruas da Israel do Senhor. E a pior parte é que toda a população parecia estar curvada ao falso deus.
Elias só conseguia enxergar dois culpados em toda aquela história: Acabe, o rei, e sua esposa, a megera Jezabel, os administradores daquela apostasia.
Um belo dia, ao avistar mais um Baal na calçada, Elias "chutou o balde".
Diante do próprio rei Acabe, ele decretou:
- Diante de Deus eu digo que nos próximos anos não haverá chuva em Israel, segundo a minha palavra!
Elias sai andando e posso imaginá-lo estufar o peito. Afinal, fora ousado, profetizara diante do rei corrupto! Com certeza Deus lhe daria uma medalha pelo trabalho bem-feito.
O resultado da profecia, porém, foi completamente diferente.
- Elias... - Deus lhe chamou.
- Pois não, Senhor? - Perguntou o sorridente profeta.
"Agora serei promovido!", pensou.
- Vá agora mesmo para o Ribeiro de Querite. Você morará lá por tempo indeterminado. Beba e use a água do ribeiro. E quanto à comida, eu vou pedir a corvos que mandem para você.
Pronto.
Deus disse apenas isso e "se foi", mas o queixo de Elias continuava caído.
Então, ele profetizava, desafiava o mal, exercitava a fé e ganhava isso como recompensa?
Morar à beira de um riacho e depender de corvos, vejam só!
"Qual é a lógica disso?", perguntou Elias, no dia seguinte, ao corvo que lhe trazia carne na boca.
Nós, sem a carne na boca e o corvo ao lado, ainda fazemos a mesma pergunta.
"Por que Deus parece ser tão estranho na hora de nos recompensar por uma boa ação?"
Dedicamos todo um final-de-semana à Igreja e somos recompensados com uma segunda-feira estressante do início ao fim.
Investimos por meses, discipulando e apresentando Cristo a um amigo, mas ele acaba preferindo continuar na mesma.
Estudamos arduamente para o Vestibular, mas acabamos ficando de fora.
Assim como Elias, abrimos os braços e perguntamos: "Qual é a lógica disso?"
Elias descobriu que a resposta estava bem ali. Ali no ribeiro, quero dizer.
Ele descobriu que havia exercitado a fé quando profetizara a falta de chuva, mas que somente ali, dependendo de corvos, ele estava finalmente experimentando a fé.
"Você passou no teste teórico, agora precisa passar pelo prático, Elias!"
Deus está dizendo o mesmo para nós.
Amamos gritar às multidões sobre a chuva, mas tememos viver "à beira do riacho"...
Sua vida tem sido um "riacho com corvos"?
Um lugar onde você depende inteiramente de Deus e não tem a mínima ideia do que comerá no dia seguinte?
Um lugar onde você se sente completamente só?
Um lugar onde ninguém parece te ver?
Pois então, meus parabéns! Você está tendo o privilégio de experimentar a Fé!
Deus tem muitos filhos dispostos a falar do Evangelho, mas poucos servos dispostos a vivê-lo.
Suas lutas são apenas cuidados de um Pai que almeja pelo seu crescimento.
Deus não queria que Elias fosse apenas um pregador, mas um verdadeiro Profeta!
Deus não queria que Elias apenas soubesse o que era viver pela fé, mas que ele realmente vivesse pela mesma.
Aprenda isso: Seus "riachos solitários" não são castigos! Deus tem visto suas boas ações e mandou o riacho para prepará-lo(a) para receber a recompensa!
Elias estava participando de um grande projeto: A Redenção de Israel, afogada em Idolatria.
Apenas homens e mulheres com propósitos grandiosos experimentam o riacho!
Deus não procura por pessoas com fé, mas quer formar pessoas de fé!
Note algo mais: Deus poderia levar comida para Elias, mas incumbiu corvos da tarefa.
Deus parece estar "sumido" do seu riacho? Não se engane, pois Ele está observando tudo e sempre mandará "corvos" para te sustentar!
A história de Elias não terminava ali, mas sim no dia em que ele humilhou os profetas de Baal e a chuva caiu novamente em Israel.
O riacho o preparou para a chuva. As lutas estão fazendo o mesmo com você.
Tudo tem ido mal para você?
Pegue um guarda-chuva, pois vem tempestade de Deus por aí!
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